Hoje é como o dia de ano novo!
Após o carnaval, vamos sepultar o natal, o fim de ano, as férias e entrar de cabeça em 2012 antes que ele acabe! E não é exagero.
Lembrei-me hoje de quando, aos quinze anos, conjecturava junto às minhas amigas, o que eu estaria fazendo quando chegasse o ano 2000. Estávamos nos anos 80 sob impacto da leitura do livro de George Orwell, 1984, e seu Big Brother, o original. Brincávamos com a hipótese do fim do mundo, que seria em 2000. Na ocasião eu fazia a conta de que iria estar com 34 anos, velha. E se o mundo acabasse? Tudo bem, já teria vivido o bastante.
Não existiam ainda os computadores pessoais, a internet e o mundo não era globalizado. Só os muito ricos viajavam para outros países para conhecer outras culturas. Vivíamos em nosso mundinho, com a TV e seus programas com hora marcada, não havia ainda a cultura da “24 horas no ar”. Tudo podia esperar e tinha sua hora, certa e disciplinada. Meus avós viviam cientes de que já conheciam tudo, nada mais a desbravar. E se houvesse? Desnecessário. Seguiam a vida esperando a hora de ir embora.
Em um salto, me vi em 1999, preocupada com o bug do milênio, ciente de que o mundo não ia acabar, e sim que nós estávamos acabando com o mundo. Mas a mente ainda vivia no século passado, era muito jovem com os meus 33 anos, não tinha vivido o bastante. Na TV já tínhamos uma infinidade de canais de todas as nacionalidades, a internet era uma realidade e a globalização dava seus primeiros passos. A consciência de que eu não conhecia nada ficava mais evidente a cada dia, com novas descobertas, novas culturas, um mundo que não para, não tem hora e nem lugar. Era preciso mudar. Tratava-se de agarrar o mundo, ou o mundo passaria por cima, te deixando literalmente ultrapassado.
Começava a corrida...
Passados doze anos do início do século XXI, nunca ficamos tão conscientes de que é preciso uma grande mudança. Somos de outra era, ainda não sabemos lidar com a urgência de hoje. Estamos adoecendo. Pobres de nós, jovens do século passado.
As convicções mudaram, e a principal é estar ciente de que elas estarão mudando sempre, nada mais é imutável, sereno, com hora marcada. Sempre haverá o que descobrir, entender e estudar. Nunca estaremos prontos, nada é desnecessário. Estaremos sempre em evolução.
A geração deste século já nasceu sabendo disso, e para evitar este conflito temos que seguir mudando; a cabeça, as atitudes, o estilo de vida. Seguimos para a geração que não irá arrumar, e sim trocar. Não vai vender, vai se desfazer. Não irá procurar por produtos que sintam necessidade, apenas escolherão de quem comprar, pois ofertas de todos os tipos e gostos não vão faltar.
Na corrida contra o tempo, a sensação é de que ele não nos dá tempo, e passa inexorável, rápido. Temos que aprender com a geração deste século. Afinal, vivemos neste milênio e estamos vivos. Mas vivemos?
Feliz Ano Novo... Para todos nós!