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quinta-feira, 26 de maio de 2011

O que será da última flor do Lácio?


ULTIMA FLOR DO LÁCIO - Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura;
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
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O que não diria Olavo Bilac se passasse os olhos a um livro editado pelo MEC de língua portuguesa. Acredito que o autor do poema que enaltece a língua portuguesa jamais imaginou ver grafado nos livros didáticos, erros de português inadmissíveis até na linguagem falada. 

Membro-fundador da Academia Brasileira de Letras, Bilac tinha a preocupação de atingir a perfeição em seus poemas, que possuem uma grande beleza pelo ritmo e sonoridade.

A correção da linguagem, o rigor da forma e a espontaneidade são as principais características de seus versos. Foi um dos maiores defensores da abolição da escravatura e lutou pelo serviço militar obrigatório, que considerava uma forma de combater o analfabetismo.

Com essa biografia impar, que exemplifica a paixão pela nossa língua e a vontade de que todos falem bem o bom português, certamente ficaria admirado com os educadores de hoje, em especial os de língua portuguesa, que tentam dilacerar a gramática com a aceitação de erros grosseiros de concordância, sob a pecha da inclusão social e da variedade lingüística, ou seja, acham que assim estão a combater o preconceito contra os alunos que falam linguagem popular.

Oras, não podemos confundir linguagem popular com erros gramaticais. Claro que há a linguagem usual, com gírias e estrangeirismos, que logo adaptamos e inserimos na nossa língua, concorrendo inclusive para a evolução (afinal não poderíamos nos dias atuais usar o vernáculo como Bilac usava!), mas daí a falar e escrever errando a concordância verbal e nominal, é de fazer qualquer um que preze a boa leitura e a boa conversa no mínimo ultrajada.

A que ponto chegou o descaso com a educação! Não se pode mais repreender o aluno, e não se pode agora ensinar e exigir que se fale da forma correta! Caso contrário estaremos cometendo preconceito lingüístico!

Senhoras educadoras, mestras, doutoras, autoras e defensoras desse absurdo sem igual, aprovar material que incentiva o emprego de construções gramaticais impróprias não concorre com a inclusão dos menos favorecidos, nem tampouco auxilia na educação, e sim, consiste em um obstáculo para a formação intelectual do estudante brasileiro. Se permitirmos que as crianças e jovens nos ditem como falar e escrever, com a desculpa da linguagem popular e da língua viva, brevemente talvez possamos mudar alguma lei da física ou da química, ou quem sabe dois mais dois resultará cinco...

Sempre vale à pena relembrar... Mesmo sendo inesquecível!

JURAMENTO DO PROFESSOR

“SOLENEMENTE PROMETO,
NO DESEMPENHO DE MINHAS FUNÇÕES DE EDUCADOR, TRANSMITIR COM LEALDADE, INTEGRIDADE E HONESTIDADE OS ENSINAMENTOS HUMANOS E CIENTÍFICOS QUE FAÇAM DOS JOVENS A MIM CONFIADOS PROFISSIONAIS E CIDADÃOS CONSCIENTES RESPONSÁVEIS E INTELIGENTES.
.SE CRIAR HOMENS EU CONSEGUIR, SENTIR-ME-EI REALIZADO. ASSIM PROMETO”.

Fica minha pergunta: ensinar o correto não está implícito neste juramento?