Só um lembrete!
A vida é o dever que nós
trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e
inútil das horas.
Desta forma, eu digo:
Não deixe de fazer algo que gosta, devido à falta de tempo,
pois a única falta que terá,
será desse tempo que infelizmente não voltará mais.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e
inútil das horas.
Desta forma, eu digo:
Não deixe de fazer algo que gosta, devido à falta de tempo,
pois a única falta que terá,
será desse tempo que infelizmente não voltará mais.
Mário Quintana
Chegar aos 50 e olhar para trás... Pode-se dizer que é um clichê inevitável.
Às vésperas
dos cinquenta anos da minha chegada nesta vida, me sinto igualmente de quando
fiz 20, 30 e 40 anos. No espelho me enxergo da mesma forma de quando aos vinte
tentava alisar meu cabelo sempre tão armado, e hoje quase aos cinquenta, tento
armar um pouco os fios alisados pela escova progressiva... Isso todos os dias
pela manhã, rotineiramente.
O olhar é o
mesmo, a vida é a mesma, a essência é a mesma.
Agora não me
mostrem fotos... Nelas vejo o tempo impresso e reconheço a rapidez que se
passaram todas as minhas realizações e desilusões. Parece ser assim, no espelho
a chama da vida que se renova a cada movimento e nas fotos as marcas que o
tempo deixou.
Passou
rápido? Passou nada! Se eu começar a pensar nas tantas coisas que aconteceram nesses
cinquenta anos fica difícil dizer que parece que foi ontem... Na minha história
tem o namoro, o emprego e carreira, o casamento, a filha... Na história ao meu redor tem a ditadura,
as diretas já, a televisão colorida, o computador, a internet, os celulares...
Caramba, quando aos vinte anos achei que poderia falar com qualquer pessoa em
tempo real por meio de um pequeno aparelho nas mãos... E reclamar quando a pessoa
demora em responder!
Ao mesmo
tempo foi muito rápido quando me lembro de acordar pela manhã, e me olhar no
espelho do banheiro da minha casa em São Paulo aos vinte anos, e imaginar que tudo
daria certo, que eu iria conseguir ter a vida que sempre sonhei. Piscar e acordar
agora, em outro espelho, trinta anos depois. E a estrada que me trouxe para
esse espelho foi parecida com a que eu planejei, mas me deixou em um lugar com
diferentes conquistas e perdas.
Vou completar 50 anos. Não queria ser uma
jovem de novo, porque é muito difícil ser jovem em qualquer tempo, pois não se
sabe o que esperar da vida e do mundo, a apreensão é muito estressante, por
isso a vitalidade tem que ser grande... Também não quero ser uma senhora de 80
anos, pois quero lutar ainda para não ser amargurada e triste como muitas que
vejo por aí, sozinhas e perdidas por terem deixado passar a oportunidade impar
que é a vida.
Quero mais é ter 50 mesmo! Pensar em tudo que passei com um sorrisinho
no canto da boca, rir de muitas coisas que passaram e ás vezes me entristecer com algumas perdas e fracassos. Viver mais quantos anos ainda me seja permitido viver, pois
como disse sabiamente Kundera, “A felicidade de ser festejada supera em mim a
vergonha de envelhecer”.
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