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domingo, 31 de dezembro de 2023

2024...



Ficção de que começa alguma coisa!
Nada começa: tudo continua.
Na fluida e incerta essência misteriosa.
Da vida, flui em sombra a água nua.

Curvas do rio escondem só o movimento.
O mesmo rio flui onde se vê.
Começar só começa em pensamento.

 Fernando Pessoa


No desenrolar deste ano, fui me desvencilhando das muitas convenções e crenças que trago dessa e certamente de outras vidas. Um ano de muito estudo, desafios intensos, mas muitas vitórias e  aprendizado, e certamente continuará enquanto estiver na fisicalidade.

Expressar gratidão em tempos turbulentos pode ser difícil para quem fica mergulhado somente em problemas, mas tentando fazer jus ao meu signo solar, estou sempre contra balançando com tudo de positivo que aconteceu, e não foram poucas coisas. Equilíbrio sempre!

Tenho muito a agradecer neste último giro do nosso planetinha ao redor do sol: concluí um tratamento médico com total sucesso e comemorei realizando um sonho de infância ao conhecer Paris; intensifiquei ainda mais na busca do autoconhecimento de forma mais abrangente e venho me surpreendendo com as muitas coisas bacanas que tenho descoberto. Concluí diversos cursos, onde destaco meu mestrado em Reiki que me trouxe o verdadeiro sentido de compaixão ao próximo; minhas deliciosas Meditações às sextas que vem  me ajudando no centramento necessário para o dia a dia; o Pilates que continua me deixando longe dos remédios e mantendo minha locomoção, e são tantas coisas a agradecer, que assim me esqueço das muitas coisas que não foram legais, mas que agradeço igualmente pois me ensinaram muito.

Nas convenções sociais que adotamos, este 2023 do calendário gregoriano finda hoje, dia 31 de dezembro. Mesmo nesta ilusão criada para que possamos contar o tempo, que possamos acreditar que ao raiar do ano novo estipulado, estejamos renovados e dispostos para mais um ciclo de conquistas e superações. 

De verdade desejo que possamos ser mais leves.

Que tenhamos mais carinho e compreensão.

Mais paciência e compaixão.

Mais humanidade e mais perdão.

Mais coragem.

Mais amor.

Muita luz!


quarta-feira, 1 de novembro de 2023

02/11/2023




Se meu pai ainda estivesse vivo, teria completado 93 anos em setembro. Ele se foi em 2012, e naquele ano vivíamos em um mundo completamente diferente deste em que estamos. Não existia ainda o WhatsApp, bem como as fotos e vídeos em profusão. Tudo apenas começava naquela época, com pequenas mensagens pelos celulares ainda modestos, e as Redes Sociais eram para uma pequena minoria, na maioria adolescentes e jovens,  e uma pequena parcela de adultos mais antenados em tecnologia. 

Nestes míseros onze anos, fomos e estamos ainda, sendo submetidos a uma intensa transformação que alterou nossa forma de viver e pensar.

Que diria ele diante das infinitas possibilidades de conhecimento e informação que temos hoje pela internet? Estaria maravilhado e surpreso. Mas estaria também muito preocupado com a gigantesca falta de interação pessoal que temos hoje, pois quase inexiste o diálogo, somente pequenos monólogos enviados alternados, escritos, ou em áudio, ou em vídeo. Linhas telefônicas quase que obsoletas.

Certamente ele adoraria as smarts TVs, e ficaria horas e horas nas inúmeras plataformas de streaming, e com certeza no YouTube, e depois no telefone iria contar todas as novidades que viu e descobriu.

Não, ele não usaria o WhatsApp... Talvez aprenderia a mandar áudios.

Um capítulo a parte seria andar de carro com ele, o GPS, o telefone integrado, tela de led no painel, ele iria adorar!

Os novos costumes iriam choca-lo de início, mas depois se acostumaria e concordaria com as novas formas de viver, só não toleraria de forma alguma o desrespeito e os "cancelamentos" que hoje existem, e sofreria muito no convívio com as novas gerações e sua forma tão dura de julgamentos sobre o certo e o errado. 

Difícil saber como ele estaria neste novo universo, mas certamente o meu mundo hoje seria outro com sua presença. 


quarta-feira, 4 de outubro de 2023

57

 



03/10/2023

Um merecido brinde neste dia em que o sol deu mais uma volta na minha existência, neste novo ciclo que se inicia.

Muita gratidão por todos os ensinamentos que tenho recebido em minha vida. Com todas as dores e dissabores, em contraponto a tantas bençãos e alegrias que tenho tido ao longo dos anos, cada vez mais consciente que a felicidade é uma energia que temos que captar e nos conectar independente de se ter tudo ou não se ter nada!

Eterna gratidão aos meus pais por essa oportunidade de aqui estar nessa experiência, e ao poder superior pela proteção e auxílio.

Gratidão ainda às tantas felicitações recebidas dos amigos e familiares.


"Desistir... eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério; é que tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça." 

                                                                                                                      Cora Coralina

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Astrologia e a nova era

 


Nascida em meados dos anos 1960, e quase chegando aos sessenta, há muito tenho estudado astrologia, mesmo com um hiato de 25 anos. Ou seja, estudei bastante no início de minha juventude sobre os signos solares, mapa astral, o estudo básico,  e agora depois dos cinquenta, de forma mais interessada e profunda. Obviamente, que toda oportunidade de pesquisas está sendo ofertada e possível pelas novas tecnologias da era de aquário, que nos ajuda a encontrar de forma mais rápida, respostas mais complexas para entender a todas as mudanças e manifestações que encontramos por agora.

Para os que estão atentos e sensíveis a todas essas modificações que temos presenciado no mundo, tanto no coletivo quanto no individual, é notório que estamos ingressando em uma Nova Era, a finalização de um grande ciclo e ingresso em outro. Isso já vem acontecendo há décadas, mas desde 2020 notadamente perceptível.

Esse movimento iniciou na década de 60, mas ficou mais intenso nos dias atuais, após o evento da pandemia, e parece que se estenderá ainda por alguns anos, nos obrigando a mudar planos e valores até então imutáveis, e focar no que deve ser considerado, de fato, importante. São situações de intensidade bastante fortes que tem nos obrigado a mudanças de paradigmas, comportamentos e principalmente a necessidade de expansão da consciência.

Somos então, sem qualquer sombra de dúvida, coparticipantes desse momento de evolução planetária, o que certamente pode transtornar mentes e comportamentos coletivos e individuais.

De volta a astrologia, lembrando as Eras anteriores, podemos entender o que estamos passando.

Uma era astrológica é consequência do movimento chamado de precessão dos equinócios, um fenômeno físico que gera uma variação gradual e contínua no eixo da terra. Esse movimento desloca o ponto vernal, ou seja, para qual constelação o sol vai apontar. Mudar de constelação leva cerca de 2160 anos e cada constelação indica qual era estamos vivendo.

A vigência de cada Era é marcada pelos símbolos astrológicos. Na Era de Touro, pudemos observar que o Touro era um animal adorado no Egito, nesta era surgiu a organização e o desenvolvimento da agricultura, a adoração de deuses relacionados ao elemento terra. Na Era seguinte, a Era de Áries, começamos a forjar o ferro e fabricar objetos de guerras, como as espadas, vimos então o surgimento de deuses masculinos e as guerras corpo a corpo. O masculino ganhou força e destaque nas olimpíadas gregas, que começaram a acontecer nessa Era. 

Dois mil anos atrás o ponto vernal apontava então para constelação de peixes, uma era marcada pelo cristianismo e a crença na religião. Foi a época dos grandes avatares como Buda, Confúcio, Sócrates e claro o próprio Jesus Cristo, que nos apontaram caminhos e filosofias a serem seguidas. O peixe é o símbolo dessa Era. Observamos a busca da conexão com o divino, o medo do pecado e os dogmas que foram implantados na humanidade.

Chegamos a era de Aquário, que é ar, simbolizando as trocas, a tecnologia, a inovação, a revolução, o coletivo e o social, com o auxílio do surgimento da internet e novas tecnologias. Percebemos também o interesse nas questões espaciais, na consciência de não estarmos sós no universo.

Tudo isso nos faz viver com sentimentos diversos, alguns já conscientes da nova era e outros ainda descrentes e acreditando em finais apocalípticos dos dogmas da era de peixes. Astrologicamente tudo isso é normal, pois é uma transição que esbarra em vários tipos de sensações.

Creio que esta nova era será mais afetiva e feminina, orientada pelo sentimento e a intuição, a necessidade de nos reconectar com a natureza e a salvação do planeta.

Independente das crenças, que devemos desconstruir urgentemente, tudo deve convergir para um mesmo ponto, que é o da solidariedade, reconstrução e a valorização do coletivo, sem preconceitos e reconhecendo que vivemos modelos ultrapassados.

Junto com o planeta, precisamos de uma transformação interna e externa urgentemente, acompanhando o movimento do planeta rumo a evolução, sem medos e sem perder essa carona maravilhosa.

sábado, 8 de abril de 2023

Uma nova Páscoa!


 


Já comemorei a páscoa muitos anos, desde criança. Primeiro na Igreja Católica, da qual fiz parte nos meus primeiros dezoito anos de vida. Lembro-me que desde a quarta-feira de cinzas, era um período de muitas reflexões e respeito, e de campanhas em auxílio aos mais necessitados que fazíamos no colégio de freiras em que eu estudava. Fazíamos competições entre as classes de quem arrecadava mais dinheiro para a campanha da fraternidade... lembro que uma vez, cheguei a pegar escondido da carteira (furtar mesmo!) da minha mãe um boa quantia para doar na classe para conseguirmos "ganhar" a competição. Não sei se ganhamos, mas lembro das boas palmadas que recebi da minha mãe por ter pego o dinheiro. E na minha cabeça por muitos anos me senti injustiçada por ter sido penalizada por dar dinheiro para a igreja ajudar aos pobres, em um total conflito sobre dar ou não a quem tem menos.

Um outro ano, ainda criança, passei a sexta feira santa totalmente em jejum, lendo o evangelho e "tentando" sofrer em memória de Jesus. Devia estar com sete anos e estava fazendo o catecismo para a primeira comunhão. Os anos seguintes, sempre um dia de muito respeito, sem alegria, sem música, sem muita comida, para no domingo sim, celebrar e esquecer toda a tristeza. Jamais recebi qualquer explicação do porquê de tudo isso, porque tínhamos que sempre lembrar do sofrimento de Jesus só neste dia... e sendo católica, portanto não acreditando em reencarnação, tentava entender o que eu tinha a ver com o que fizeram para Jesus e porque eu estava em pecado se eu não tinha nada a ver com com tudo aquilo. E com o passar dos anos eu pensava, será que Jesus acha legal isso? Deus nos quer ver sofrendo? Todas essas indagações me distanciaram da Igreja e acabei passando por um hiato em que a Páscoa era basicamente um almoço na sexta sem carne e uma comemoração em família no domingo.

Fui aos poucos entendendo, já na vida adulta, os simbolismos escondidos nesta data, apesar de ainda envoltos em grandes véus de crenças limitantes. O sentido da fraternidade, de ajuda ao próximo, o renascimento pelo exemplo de Jesus, e tudo o mais, porém ainda no sentido do pecado, agora carma, que temos que resgatar pelo sofrimento. Mas já entendendo que pelo amor era possível resgatar todos os erros, mesmo sendo muito difícil, a aceitando até que era impossível.

Fomos ensinados desde sempre que somos pecadores e portanto, temos que nos redimir passando por todo o rol de sofrimentos e dificuldades, e mesmo assim jamais alcançaremos o exemplo de Jesus, que nos deu a vida pelos pecados da humanidade. Ou seja, já nascemos sabendo que jamais alcançaremos esse patamar, salvo se conseguirmos fazer o mesmo, e aí poderemos até virar santos, ou, se preferir, um ser de luz. Uma meta quase impossível a meu ver, para mim. 

Depois de muitos anos aceitando o sofrimento como fatos da vida, muitas rasteiras e decepções, muita dor e provações (como qualquer ser humano), começo a me desfazer dessas crenças e estudando mais todos esses simbolismos sem nenhuma religião, dogmas e crenças.

Em nada quero desrespeitar a quem quer que seja que siga os ritos e dogmas das muitas religiões, principalmente as cristãs, até porque acredito no Cristo, que foi enviado à terra, para mudar significativamente a humanidade, e conseguiu, pois até hoje é lembrado. Mas, para mim, seu exemplo vem sendo deturpado há muitos séculos por crenças limitantes que nos desconectaram completamente do que ele propôs.

Hoje começo a entender a Páscoa como uma festa dedicada a renovação da vida, uma comemoração que se iniciou 12 séculos a.C, quando, após o equinócio da primavera*, no hemisfério norte, se festejava a primeira lua cheia da primavera, onde novamente os frutos e flores começavam a renascer. A vida renascia então. O tempo era medido pela lua, que rege a natureza, e não pelo sol como é hoje. Sendo uma festa da lua, que regulava a natureza, a procriação animal e humana, a lua é o símbolo exato da renovação da vida.

Primeiro os judeus passaram a comemorar o Deus deles nesta data, e a Igreja Católica incorporou no calendário cristão, no século V d.C. E a ressurreição de Jesus se encaixou perfeitamente na ideia de renovação da vida. E com o calendário juliano, e posteriormente o gregoriano**, esquecida a natureza, a data ficou fixa, regida pelo sol.

Assim, independente de religiões e dogmas, a Páscoa é tempo de renascer e renovar a fé, entendendo que os problemas e desafios vem em ciclos como as estações do ano,  e a colheita, ora boa e ora ruim, depende do que foi plantado anteriormente. Que possamos despertar e desconstruir esse sentido de pecado e punição que nos foi incutido por tantas gerações e gerações, em tantos séculos e séculos, onde fomos nos desconectando do sentido mágico da natureza e sua sabedoria sagrada dada pela fonte criadora que tudo é, ou Deus, como ressoar em cada um.

E assim,  que seja uma Páscoa de luz, paz e bençãos, 

a todos os homens de boa vontade!


*Equinócio de primavera é o fenômeno astronômico que marca o início oficial desta estação no hemisfério norte, entre os dias 20 e 21 de março

**Calendário Gregoriano foi criado em 1582, para ajustar o ano civil ao ano solar, período que a Terra leva para dar uma volta ao redor do Sol, substituindo o calendário juliano, romano.

quarta-feira, 8 de março de 2023

Dia da Mulher

 



Já é tempo de reverenciar por toda evolução conquistada. Uma nova visão para comemorar e enaltecer as mulheres. Claro que a igualdade de gênero ainda não está completa, bem como outras, e temos ainda que nos posicionar para obter o devido respeito, mas não se pode esquecer que em muito pouco tempo temos conseguido suplantar milênios em que a mulher foi considerada um ser de segunda classe, só pelo fato de ser mulher.

Sabemos que vários foram os motivos que trouxeram a mulher a total subjugação na sociedade, e que o poder da mulher foi retirado a tanto tempo que não conseguimos sequer identificar quando o homem foi colocado no topo da cadeia. Até porque a história foi escrita somente por homens até bem pouco tempo.

Provavelmente muitos milênios a.c., iniciou-se uma era com a imagem da mulher em condições equivalentes à de escrava, numa época em que ser livre significava, basicamente, ser homem. As funções primordiais femininas eram a reprodução, a amamentação e a criação dos filhos.

Já na idade média, um marco no que diz respeito à história das mulheres foi a perseguição, mais conhecida como “caça às bruxas”. Foi um genocídio praticado contra o sexo feminino, na Europa e nas Américas, em que muitas mulheres sofreram agressões e até mesmo perderam suas vidas por serem consideradas feiticeiras.

Na verdade, as Bruxas eram todas e quaisquer mulheres que agiam contra o tradicional e questionavam o sistema. Por isso, era preciso achar um motivo para que a sociedade se voltasse contra elas, para serem julgadas e condenadas a fogueira para serem queimadas basicamente por serem do sexo feminino. Os dogmas religiosos perpetuavam e a religião dominava a sociedade totalmente gerida pelos homens. No “Manual de Caça às Bruxas” de Jacques Sprenger, um monge inquisidor nomeado pelo Papa Inocêncio VIII, publicado no final do século XV, se fazia referência a textos sagrados que mencionavam a criação da mulher, justificando sua inferioridade, em decorrência de a primeira delas ter se formado de uma costela defeituosa de adão, sendo, por esse motivo, um ser vivo imperfeito. Sem dúvida foi o ápice da subjugação total das mulheres.

Já o Brasil regulava-se pelas leis portuguesas, onde o mesmo conservadorismo patriarcal vivido na idade média se fazia presente. a Igreja deu início à educação, que não incluía as mulheres e pregava-se que a mulher devia obediência cega não só ao pai e o marido como também a religião. Consequentemente a mulher vivia enclausurada sem contato com o mundo exterior. Seus dois únicos motivos de viver eram o lar e a igreja. Não era permitido estudar e aprender a ler e somente lhes eram ensinadas técnicas manuais e domésticas. Era a forma a mantê-la subjugada desprovendo-a de conhecimentos que lhe permitissem pensar em igualdade de direitos. Era educada para sentir-se feliz como “mero objeto” então só conhecia obrigações, e assim o foi até o final do século XVIII, onde as constituições Brasileiras começaram a dispor sobre os princípios de igualdade, porém ainda de forma genérica, sem citar expressamente a proibição da discriminação em função do sexo, talvez como reflexo da Revolução Francesa, que deu início a uma grande mudança no pensar da humanidade no final do século XVII.

Mesmo assim, somente na Constituição de 1988 é que foi expressa a igualdade entre homens e mulheres, apesar de que desde a Constituição de 1934 era admitida a igualdade de todos perante a Lei. Assim, desde então temos instrumentos legais para alicerçar a luta, ainda em andamento, pela igualdade. Muitos de nós testemunhas oculares desta história recente.

Portanto hoje creio ser tempo de comemorar tamanha evolução social apesar do tanto ainda a ser percorrido.

Sob outra ótica, quero hoje comemorar todos esses avanços, pois caso contrário, após a publicação deste texto, seria julgada e certamente levada para a fogueira. E que no futuro o 8M seja somente história, e o Ser Humano o seja independente de gênero, raça, cor, orientação sexual ou religiosa.


“Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome” 

Clarisse Lispector

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

2023


 




Temos sempre duas escolhas diante das adversidades da vida.


Ou nos vitimizamos e tentamos arrumar culpados, ou entendemos que a vida nos entrega lições que devem ser enfrentadas para nossa evolução e aprendizado.

Dos muitos desafios que me tem sido dados ao longo dos dois últimos anos, tenho tentado entender quais lições me tem sido propostas. Algumas já foram aprendidas e assimiladas, outras ainda sendo entendidas e resolvidas.

Certamente neste trajeto, muitas desilusões, decepções e verdades doloridas foram expostas. Mas por outro lado, desde que aprendi que nada posso controlar, exceto a minha mente e o meu EU, o poder superior tem me levado em um fluxo divino na solução de todos os desafios, cada qual a seu tempo, que não é o meu tempo.

Esse é o verdadeiro “flow” a que me entrego todos os dias ao amanhecer, e a colheita tem sido bastante auspiciosa.

Muita gratidão ao poder superior e meus mestres espirituais que tem me amparado sempre para que o universo siga me entregando todas as coisas boas que tenho vibrado!

Que em 2023 eu vibre e viva dentro da luz!

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Interiorizar-se para expandir!

 


Por tantas vezes tento expressar aquilo que habita permanentemente minha mente e esbarro nos tantos afazeres do dia a dia que permeiam nossa rotina destes nossos novos tempos. Já não era, pois, hora de desacelerar? Pois a mim parece que a cada dia tudo se acelera de forma tão grande, que não nos resta nada a não ser a expansão da consciência para então conseguir seguir em uma vida equilibrada e plena.

Lembro de quando era ainda criança de ouvir que o ser humano não usava mais do que 10% de seu cérebro. A mim parecia um total desperdício sermos dotados de um cérebro tão potente e não o utilizarmos 100%, mas no decorrer dos anos essa afirmação foi desmistificada pela comunidade científica que demonstrou que utilizamos 100% de nossa capacidade cerebral, para todas as atividades desenvolvidas pelo nosso corpo durante todo o dia, dia após dia até nossa morte. Porém, o cérebro é a parte física, e a mente? A parte abstrata, tão adormecida neste nosso momento planetário tão célere.

Creio, aí sim, que temos muito a expandir a mente e o nível de consciência, porque o mundo, tal qual se apresenta hoje precisa de pessoas despertas. Em contraponto, toda a informação a que somos submetidos o tempo todo, nos afasta da conquista desta expansão, pois o excesso acaba por nos alienar, pois passamos a viver de forma automática, usando somente o cérebro para realizar as tarefas físicas e materiais, e passamos a desenvolver problemas emocionais por conta deste adormecimento consciencial.

É preciso despertar, parar com o modo automático e lidar com as emoções, se abrir para as mudanças e incertezas, que mesmo que causem dor (e sempre causam), vão nos fortalecer.

É uma busca infinita e individual que venho travando, e entendo que a ciência se omita muitas vezes em entender a mente humana, pois não há como tentar qualquer hipótese sem o ingrediente principal nesse entendimento, que é a aceitação da existência de um poder superior que nos rege e protege, mas sem as crenças religiosas que nos encarceram na mítica do Deus punitivo e rancoroso, pois aquilo que temos é resultado de nossos próprios pensamentos que criam nossa realidade no universo, que nos devolve aquilo que vibramos.

A mente, portanto, é a fonte criadora da nossa realidade, pois é nela que estão gravadas nossas crenças, medos, fobias e todas as nossas emoções. Nossas possibilidades e incapacidades estão afinal juntas em nossa mente. Se em sua mente você acha que consegue algo, fará tudo que for possível e impossível a fim de alcançar aquele objetivo. Se achar que não consegue, sequer tentará.

Quando o Príncipe Sidarta Gautama se permitiu expandir a consciência, e despertou, tornando-se Buda, foi interrogado por um discípulo da seguinte forma: “Senhor, já encontrastes Deus? E se o defrontastes, onde se encontra Ele?” Buda então meditou um pouco e respondeu diretamente: “Após penetrar na realidade de mim mesmo, encontrei Deus no mais íntimo do meu ser, em grandiosa serenidade e ação dignificadora”.

Assim, esse é o propósito, e isso é despertar, uma viagem dentro de si mesmo para encontrar a Deus e conseguir lidar com serenidade o mundo aqui fora. 

Interiorizar para expandir.

Tentemos!

Namastê

terça-feira, 15 de março de 2022

Seres da Nova Era

 




Seremos nós os seres da nova era? Saberemos sê-lo?  O quanto e o que nos falta?

 

Historicamente verificamos a evolução da humanidade nos quesitos de conhecimento e tecnologia. Evoluindo desde o início dos tempos, da sensação ao instinto; do instinto a inteligência; e da inteligência ao discernimento, o homem alcançou conhecimento impar em nosso planeta, dominando todas as espécies habitantes da terra. Porém, desde os primórdios, desde os tempos dos filósofos, e dos muitos profetas que por aqui estiveram, as perguntas sobre nossa origem, e principalmente nossa missão aqui na terra continuam causando divergências e proposições nas muitas e muitas religiões existentes. Na verdade toda religião possui um sistema de crenças no sobrenatural, geralmente envolvendo divindades, deuses e demônios,  e costumam também possuir relatos sobre a origem do Universo, da Terra e do Homem, e o que acontece após a morte, e todas nos cerceiam a liberdade, na crença principalmente de um Deus punitivo, que nos castiga de acordo com nossas falhas e incorreções.

 

Na verdade, acredito sermos os únicos responsáveis pelos nossos sucessos e fracassos, e por mais complexo que seja esse caminho, onde tantas variáveis podem interferir pela força do pensamento e energias que atraímos, tanto positiva ou negativamente, sempre temos a condição necessária para nossa evolução. Condição que se traduz em diversas denominações de acordo com cada crença; Deus, Jeová, poder superior, centelha divina, consciência, força, e tantas outras para designar o que não se define materialmente, e que cremos ou não. Mesmo assim, para que a evolução aconteça é preciso muito trabalho, muita perseverança e muita fé.

 

Assim, neste novo século, neste momento de transição planetária, explanada de todas as formas nas mais diferentes visões e profecias, as novas gerações que aqui vivem neste momento, as que chegaram e as que estão chegando, com a tecnologia presente de forma inequívoca, exigem ação ao invés da contemplação e divagação. A solidariedade e o bem comum terão que se sobrepor ao egoísmo e ao orgulho, a fim de que juntamente com todo o progresso material já alcançado possamos perseverar no real propósito de evolução moral. É tempo de despertar.

 

Para um ser dessa Nova Era é imprescindível falar em autoconhecimento. Essa viagem solitária e dolorida que se deve fazer internamente e descobrir o que lhe paralisa e o que lhe faz caminhar, quem somos na essência, quais nossas falhas e potenciais, e como equilibrar tudo isso numa existência onde os acertos prevaleçam aos erros, subindo degrau por degrau a escada da evolução. O poder da mente é o combustível neste exercício.

 

Esbarramos então nessa viagem em grandes conflitos pessoais que nos distanciam muitas vezes desse propósito, pois o nosso livre arbítrio nos dá o controle de todas as nossas ações, resultando em consequências boas ou más.

 

Nesta grande viagem, esquecemos, ou sequer acreditamos, que somos almas que há muito habitam este planeta, de vidas em vidas em busca de evolução, com caminhos distintos e infelizmente esquecidos. É chegada a hora de despertar, para os que desejam acordar, e habitar uma nova terra. Antes disso, a limpeza. Precisamos limpar a nossa energia para então receber as fortes energias da Nova Era.

 

Torna-se necessário eliminar todas as crenças a que somos submetidos desde nossa infância, que sempre nos limitam pelo medo e acabam por determinar os nossos comportamentos, as nossas atitudes e principalmente os nossos resultados. Tarefa inglória que nos pega em tempos tão bicudos, mas absolutamente necessária para essa evolução de alma. Mas acalmar a mente e o coração certamente nos ajudará neste processo. Corações e mentes em paz ajudam nas boas escolhas.

 

Sejamos luz, sejamos paz...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Sobre morrer e renascer...


 

 

Desde o final dos anos 1970 já ouvimos dizer que era chegada a Era de Aquário, e que então a harmonia e compreensão habitariam este mundo, bem como a simpatia e confiança seriam abundantes, e que haveria a verdadeira libertação da mente. Tal qual a música do musical Hair, Age of Aquarius, que os adultos mais conservadores da época achavam ser um arrazoado de rebeldia e loucura, mas muito além daquele tempo, começava realmente uma nova era na qual cresci.

Sem ao menos suspeitar o que poderia tudo isso significar na minha infância, que foi vivida da forma mais conservadora possível, o mundo realmente começou a passar por significativas alterações, paralelo ao meu crescimento, mas pude, mais sentidamente por ser mulher, perceber. Adolescente dos anos 1980, aproveitei minhas condições e privilégios para estudar e ver a mulher tomar voz no meio profissional e pessoal. A sociedade passou a evoluir em passos lentos questões que hoje, passados quase cinquenta anos, são tão expostas de forma ampla sobre diversidade, liberdade, racismo, solidariedade, direitos, recursos naturais e outros.

Mesmo com toda lentidão, chegamos a mudanças radicais em nossa forma de vida e viver, com a tecnologia se integrando cada vez mais em nosso dia a dia, até se tornar indissociável de nossa vida. Mudamos de século, passamos a ver e acompanhar outros países, povos e costumes e nos globalizar. Cogitamos o final do mundo em 2012 por conta de profecias de antigos povos que aqui habitaram, e outras tantas explicações que se sucedem até hoje sobre o que está nos acontecendo e também em nosso planeta.

A polaridade de opiniões nunca esteve tão presente, e chegamos ao final de 2021 com uma parcela da humanidade esperando a chegada de seres de dimensões mais evoluídas aportarem com suas naves na Terra para nos ajudar, e outra em absoluto adormecimento, acreditando até que a Terra é plana. E no meio dessa multidão, outras muitas e variadas certezas quanto a crenças e verdades do que estamos realmente vivenciando.

Mas o que parece certo a todos, é que ALGO está acontecendo. Uns otimistas quanto a nova era, outros pessimistas acreditando no final dos tempos. Desta vez, a mim me parece que ambos acertam, tanto para o bem tanto quanto para o mal. Pois acredito que qualquer grande mudança passe por uma crise, sempre muito dolorosa, para que então surja o novo.

Saindo, ou tentando sair, de uma pandemia que parou o mundo todo de alguma forma, trazendo à tona tudo o que há de ruim e o que há de bom de cada um de nós, tivemos que nos reinventar. Quero crer que fomos privilegiados ante os dinossauros, que não tiveram opção e foram extintos. Pelo menos até agora...

Neste período tão exclusivo destes tempos, passamos por muitas mortes diárias de tudo que aprendemos como certo. A doença em si que nos cravou na alma a certeza da finitude e fragilidade do corpo físico; a necessidade de conexão com dimensões diferentes (energias, frequências e toda e qualquer onda que nos seja invisível nesta terceira dimensão) para que a mente não tresloucasse; a exposição da fragilidade ou fortaleza das nossas relações, que nos afastaram de muitas pessoas ou nos aproximaram de forma verdadeira à outras.

Neste turbilhão que andamos metidos neste momento, na verdade o que precisamos é nos abrir ao novo, sepultando as muitas crenças que nos limitaram por anos, séculos e milênios.

Não é preciso exemplificar o quanto tudo isso tem sido doloroso e desafia nossa saúde mental. Cada um em seu íntimo vive momentos difíceis nessa transição, assim como as pessoas ao redor, e assim por diante, formando uma rede que envolve nosso planeta.

É preciso entender como essa teia de dificuldades pode se transformar e resultar na nossa evolução. Quero crer que o auto conhecimento seja a arma mais poderosa, pois somente sabedores de quem somos e o quanto nos falta, equilibraremos o ego para vivermos em paz e com empatia.

“Conhece-te a ti mesmo, torna-te consciente de tua ignorância e serás sábio.” Sócrates