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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Tempo


Não foi um ano dos melhores...

Nem  posso dizer que foi produtivo...

Mas de todos os problemas, muitos foram resolvidos ou  encaminhados.


Os problemas te fazem repensar suas verdades,
                                                       te tornam mais humano,
                                                                                Te tiram da inércia.



 Mas é preciso tempo.

Para assimilar

                 Para curar

                                               Para acalentar.



"Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo

De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios"
Tempo tempo tempo tempo"

Que  passe o tempo e venha 2012

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O que será da última flor do Lácio?


ULTIMA FLOR DO LÁCIO - Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura;
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
-
O que não diria Olavo Bilac se passasse os olhos a um livro editado pelo MEC de língua portuguesa. Acredito que o autor do poema que enaltece a língua portuguesa jamais imaginou ver grafado nos livros didáticos, erros de português inadmissíveis até na linguagem falada. 

Membro-fundador da Academia Brasileira de Letras, Bilac tinha a preocupação de atingir a perfeição em seus poemas, que possuem uma grande beleza pelo ritmo e sonoridade.

A correção da linguagem, o rigor da forma e a espontaneidade são as principais características de seus versos. Foi um dos maiores defensores da abolição da escravatura e lutou pelo serviço militar obrigatório, que considerava uma forma de combater o analfabetismo.

Com essa biografia impar, que exemplifica a paixão pela nossa língua e a vontade de que todos falem bem o bom português, certamente ficaria admirado com os educadores de hoje, em especial os de língua portuguesa, que tentam dilacerar a gramática com a aceitação de erros grosseiros de concordância, sob a pecha da inclusão social e da variedade lingüística, ou seja, acham que assim estão a combater o preconceito contra os alunos que falam linguagem popular.

Oras, não podemos confundir linguagem popular com erros gramaticais. Claro que há a linguagem usual, com gírias e estrangeirismos, que logo adaptamos e inserimos na nossa língua, concorrendo inclusive para a evolução (afinal não poderíamos nos dias atuais usar o vernáculo como Bilac usava!), mas daí a falar e escrever errando a concordância verbal e nominal, é de fazer qualquer um que preze a boa leitura e a boa conversa no mínimo ultrajada.

A que ponto chegou o descaso com a educação! Não se pode mais repreender o aluno, e não se pode agora ensinar e exigir que se fale da forma correta! Caso contrário estaremos cometendo preconceito lingüístico!

Senhoras educadoras, mestras, doutoras, autoras e defensoras desse absurdo sem igual, aprovar material que incentiva o emprego de construções gramaticais impróprias não concorre com a inclusão dos menos favorecidos, nem tampouco auxilia na educação, e sim, consiste em um obstáculo para a formação intelectual do estudante brasileiro. Se permitirmos que as crianças e jovens nos ditem como falar e escrever, com a desculpa da linguagem popular e da língua viva, brevemente talvez possamos mudar alguma lei da física ou da química, ou quem sabe dois mais dois resultará cinco...

Sempre vale à pena relembrar... Mesmo sendo inesquecível!

JURAMENTO DO PROFESSOR

“SOLENEMENTE PROMETO,
NO DESEMPENHO DE MINHAS FUNÇÕES DE EDUCADOR, TRANSMITIR COM LEALDADE, INTEGRIDADE E HONESTIDADE OS ENSINAMENTOS HUMANOS E CIENTÍFICOS QUE FAÇAM DOS JOVENS A MIM CONFIADOS PROFISSIONAIS E CIDADÃOS CONSCIENTES RESPONSÁVEIS E INTELIGENTES.
.SE CRIAR HOMENS EU CONSEGUIR, SENTIR-ME-EI REALIZADO. ASSIM PROMETO”.

Fica minha pergunta: ensinar o correto não está implícito neste juramento?

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Somos modernas ou vingativas?





Estou prestes a completar 45 anos e ainda me surpreendo com algumas constatações em relação à vida.

Fui criada na época da liberação feminina, onde após anos de submissão a mulher ousou em adentrar o mercado de trabalho para de lá não sair mais. Com isso ganhamos em tudo, não há como negar. Mesmo assim me surpreende como até hoje algumas mulheres não conseguem ou não sabem como se comportar diante da vida e suas facetas.

Todas essas indagações vêm se sublinhando em minha mente há muito tempo, já que tenho hoje uma filha adolescente a quem me cabe orientar e passar os valores arraigados em minha família (isso é herança!). Mas após assistir aos novos programas de TV, protagonizados por essa nova geração de mulheres de todas as idades, consigo traçar um novo perfil do comportamento feminino, e não tenho gostado do que vejo.

Há pouco tempo recebi um e-mail onde uma mulher reclamava o quanto havia perdido em ter que trabalhar fora e assim acumular mais funções além daquelas de antes. Sim, é fato que além de trabalhar fora a mulher continua sendo dona de casa, esposa e mãe. Concordo que passamos a acumular mais e mais trabalho em nosso dia a dia, que nos acarretou doenças antes exclusivas aos homens, e perdemos em qualidade de vida, mas daí a achar que era melhor quando não trabalhávamos e éramos tratadas como utensílio de casa é um enorme exagero.

Porém, não acho certo o que se vê nos dias de hoje. Mulheres em casos extraconjugais, boêmias, bebendo tanto quanto ou mais que os homens, permissivas e libertinas demais em seus relacionamentos, e por aí vão às constatações.

Assistindo TV na noite de ontem, pude ver em dois programas de humor, mulheres de hoje relacionando-se abertamente com homens casados, sem nenhum tipo de pudor ou censura, como se fosse a coisa mais normal do mundo, e ainda incentivadas por suas amigas. Lembro-me do quanto as mulheres se queixavam dos maridos infiéis antigamente, o quanto sofriam humilhações em função dessa deslealdade (sim, acho deslealdade a traição), e o quanto criticavam a infidelidade masculina, que causava enorme sofrimento às famílias, gerando muitas separações por parte das mais corajosas, ou mais submissão por parte das menos audazes. Agora, para as mulheres de hoje, isso passou a ser permitido! Só porque passaram de vítima a algoz, podem então se relacionar com os casados como forma de vingança, e o estereótipo dessas mulheres é o da liberal, independente, bem resolvida. Ah! Para o homem continua sendo errado! Em determinada novela da mesma emissora, há um personagem de um homem infiel cujo estereótipo é o do rico, mau caráter e traidor.

Há algo de muito errado nessas mensagens. Sutilmente querem nos provar que as mulheres podem tudo, certo ou errado. Eu não acho isso.

Minha adolescência foi marcada por um programa de TV que nos revolucionou, era o de uma mulher descasada, que tinha que provar à sociedade de então que tinha valor independente de seu estado civil, que podia trabalhar, criar sua filha só e porque não, refazer sua vida ao lado de outro homem. Foi um start na cabeça de muitas de nós, mas não era gratuito, vivia-se ainda a violência contra a mulher fortemente, ainda havia muita submissão e preconceito, foi uma revolução necessária.

Acredito na força da mulher, tento passar isso para minha filha, mas acredito acima de qualquer coisa na igualdade do ser humano: homem, mulher, negro, branco, amarelo, índio, rico ou pobre.  Todos com iguais direitos e deveres. O que é certo para um, certo será para todos e assim por diante, independente da situação. Queimamos sutians para todos sermos iguais, não para nos igualarmos nos erros.O que se está tentando provar? Já conquistamos muito: podemos estudar, trabalhar, namorar, casar, descasar, não casar, ter filhos, não ter filhos, ou seja, podemos tudo mesmo, basta ter coragem e atitude. Mas sempre há limite, para tudo. Não se deve mudar o que é certo ou errado baseado nos estereótipos que a televisão cria e tenta nos fazer engolir sob a pecha do moderno e atual.

Mulheres! Podemos tudo sim! Mas vamos continuar sendo mulheres, mesmo porque só temos a perder masculinizando nossas atitudes em prol de uma igualdade que já conquistamos.