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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Diário de Catarina - Escritório - Colegas

COLEGAS



Muitas são as histórias a contar dos muitos colegas que passaram pela repartição. Algumas engraçadas, outras dramáticas, algumas emocionantes e poucas tristes a ponto de não nos permitir alguma graça, felizmente.

Como se tratam de histórias verídicas e recentes, sinto-me acanhada de relatar muitas delas, facilmente reconhecíveis pelos protagonistas, mas, como não expor  algumas pérolas de nossa convivência? E devo me reportar logo no início de minha estada.

É fato que quando da minha chegada, a seção já era antiga, com funcionários de anos trabalhando lá, por isso o meu desconforto inicial, que foi logo superado, já que não me falta audácia para piadinhas com desconhecidos.

Trabalhava em uma sala sozinha, já que atendia ao público externo (alvo de um próximo capitulo), mas muito falante que sou quase nunca parava em minha sala, pois adoro bater um papinho, e na sala anexa trabalhavam duas colegas, tão falantes quanto eu. Nessa ocasião ficava nesta sala um senhor, responsável pelo trabalho com o único computador da seção, pois não havia computadores pessoais para todos os funcionários como hoje.

Vamos chamá-lo de Nestor, um senhor muito quieto, completamente diferente de nós, três malucas falantes, que passávamos o dia falando bobagens e rindo. Não podemos esquecer que isso ocorreu na época daquele chefe que pouco produzia, já comentado.

Nestor vivia calado no computador, ouvia, ouvia e ouvia, por vezes ria, ficava com o rosto vermelho e dava sua opinião. Quando alguma de nós, sempre muito “antenada” com as fofocas do momento, fazia algum comentário acerca de qualquer assunto, ele dava seu palpite, sempre contrário ou desacreditando das nossas conclusões, com seu ar meio rabugento.

Aquela sala era o centro das conversas, próxima do quintal (sim, era uma casa!), longe do chefe, e com nosso parceiro Nestor e seu computador.  Muitas vezes falavámos alguma coisa de propósito, sabíamos que ele não ia concordar e esperávamos sua reação pouco amistosa.


Até que uma vez, numa costumeira discussão com minha amiga, ele perdeu a calma, e depois de muita argumentação de ambas as partes ele levantou, e com o rosto muito vermelho bradou aos gritos: Por que? Por que? Por que?  Com os braços erguidos e gesticulando muito.


Ela parou, olhou para cada uma de nós assustada pela reação, e imediatamente para quebrar o gelo e acalma-lo levantou e gritou respondendo: Porque sim! Porque sim! Porque sim! Imitando-lhe os gestos.

E tudo acabou em gargalhada. Nem preciso dizer que até hoje quando uma de nós não entende alguma coisa, seja lá o que for, pára e grita: Por quê? Por quê? Por quê? E caímos na risada, e quem está perto pensa que somos loucas, e somos mesmo...

A estadia dele nesta sala não durou muito tempo, logo foram chegando os computadores e o layout da seção foi modificado, e o nosso querido Nestor mudou de sala. Por muito tempo encontrávamos com ele e falávamos: Saudade Nestor, volta pra sala!

3 comentários:

  1. kkkk impossível de ler e não rir, e quanto a sua audácia e piadinha eu que o diga sou vitíma todos os dias Ho céus Hoo Vida por que eu? por que?.
    Sabe quando disse que esta antenada acho que a Bruna está sendo sua seguidora vida dando notícia de novela rsrsrs hooo Debora influenciando a colega de trabalho que coisa
    feia.

    Finalizando....... ficou ótimo adorei.

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  2. Como sou personagem deste episódio, me emocionei ao ler e digo do fundo do meu coração: "Que saudade do Nestor" Nunca mais esqueci a expressão dele: Por que? Por que? por que? Uso até hoje em algumas situações e sp.me lembro dele. Apesar de não tê-lo mais trabalhando conosco e de terem nos separado, nunca esqueço do período que vivemos juntas e das nossas deliciosas risadas.Saudades!

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  3. Infelizmente "Nestor" nos deixou... Uma das várias vítimas da política de nossa empresa, foi transferido contra vontade para uma cidade distante, não se acostumou,adoeceu e rapidamente nos deixou. Fica a saudade.

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