Vivemos
cercados de verdades, dogmas e termos em nosso dia a dia que se confundem e nos
atrapalham nas questões da vida cotidiana. Palavras como democracia, justiça,
liberdade, direitos, verdade, realidade, fazem parte de nosso vocabulário sem
que tenhamos tempo de interpretá-las da forma correta. É certo que em cada
geração elas podem ter sentidos distintos, porém, seu significado é imutável desde a antiga Grécia.
Os
primeiros pensadores, aqueles que primeiro se conscientizaram da própria ignorância,
e por isso criadores das primeiras concepções filosóficas, nos deixaram os
significados destas e de outras tantas palavras. Mas será que as utilizamos de
forma correta? Será que realmente conseguimos entender? Eu não. Tento, me
esforço, mas certamente não possuo a mente ainda liberta de conceitos e dogmas
impregnados no decorrer da vida. Mas continuo tentando.
Um
exemplo: Vivemos mesmo em uma Democracia? Segundo os melhores dicionários democracia
é o “sistema político cujas ações atendem aos
interesses populares”. Ora, não é preciso ser um bom observador
para enxergar que não é esse o regime político que nos rege!
Os
mais condescendentes poderão dizer que é um processo em evolução, pois saímos
de uma ditadura e estamos engatinhando para uma democracia plena. Não aceito.
Então não é ainda! É preciso achar um novo termo para esse nosso regime
político. “Tirania Coletiva” talvez? É uma ideia... Cabe bem ao vermos o significado
do que é ser tirano.
Não
se trata de ser purista e sim de usar o significado das palavras no seu
sentindo real, sem querer iludir ou enganar a quem quer que seja, para assim
entender as diversas e diferentes questões do nosso dia a dia que se
apresentam.
Deparamo-nos
hoje em dia com barbáries que ora nos assustam pelo ineditismo, ora não nos causa
reação pelo fato corriqueiro. Nestas ocasiões clama-se por Justiça! Ela existe
igualmente para todos? Claro que não, responderão todos sem pestanejar. E
então? Fujamos todos para as diversas religiões existentes, buscando abrigo
para ficarmos imunes às barbáries e injustiças dela decorrentes. Será a
solução? Mas se a solução não for para todos, então não é justiça.
A
nossa justiça não usa a venda da imparcialidade, não usa a espada para que se
faça valer para todos e tampouco tem a balança nas mãos que dá equilíbrio e
ponderação.
Estamos
na era da informação imediata, tudo é falado e mostrado sem reservas, tudo se
sabe, podemos falar sobre tudo, mas falta-nos mobilização e ação. Será porque é
tudo claro demais, falado demais?
Muitos
dizem estarmos no fim do mundo. Está escrito! É o apocalipse! Dirão alguns.
Acho que é mesmo, pois, se novamente virmos o real significado desta palavra,
eis a melhor tradução para tudo o que estamos vivendo. E talvez não devesse ser
de todo negativo, senão não estaria escrito!
O
perigo está em que deste fim não se faça um bom começo, e esse é o meu medo...
Crianças e mais crianças chegando neste planeta para receber o que? Que tipo de
valores?
É
bom que se reflita seriamente. No meio de tantas campanhas por solidariedade, fraternidades
e pelo planeta antagonicamente se veem constantes demonstrações de egoísmo,
desarmonia e desperdícios. Falsos moralistas em profusão, com regras e leis
próprias para o seu bem viver, diferentes das apregoadas o próximo.
Muitas
ideias e pensamentos jogados formando frases, buscando ligação entre si,
tentando entender a nova realidade cada vez mais conturbada, um novo sentido às
ideias constantemente massacradas no nosso dia a dia pela mídia, uma nova forma
de enxergar o mundo condizente com o nosso século XXI, mais rápido e incisivo.
Temos
pressa, buscamos, corremos e ao mesmo tempo estamos paralisados, impedidos de
pensar por esta mesma pressa. O que é mesmo o apocalipse?
E
tudo passa num piscar de olhos!
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