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quinta-feira, 14 de março de 2013

Filosofando...


Vivemos cercados de verdades, dogmas e termos em nosso dia a dia que se confundem e nos atrapalham nas questões da vida cotidiana. Palavras como democracia, justiça, liberdade, direitos, verdade, realidade, fazem parte de nosso vocabulário sem que tenhamos tempo de interpretá-las da forma correta. É certo que em cada geração elas podem ter sentidos distintos, porém, seu significado é  imutável desde a antiga Grécia.

Os primeiros pensadores, aqueles que primeiro se conscientizaram da própria ignorância, e por isso criadores das primeiras concepções filosóficas, nos deixaram os significados destas e de outras tantas palavras. Mas será que as utilizamos de forma correta? Será que realmente conseguimos entender? Eu não. Tento, me esforço, mas certamente não possuo a mente ainda liberta de conceitos e dogmas impregnados no decorrer da vida. Mas continuo tentando.

Um exemplo: Vivemos mesmo em uma Democracia? Segundo os melhores dicionários democracia é o “sistema político cujas ações atendem aos interesses populares”. Ora, não é preciso ser um bom observador para enxergar que não é esse o regime político que nos rege!

Os mais condescendentes poderão dizer que é um processo em evolução, pois saímos de uma ditadura e estamos engatinhando para uma democracia plena. Não aceito. Então não é ainda! É preciso achar um novo termo para esse nosso regime político. “Tirania Coletiva” talvez? É uma ideia... Cabe bem ao vermos o significado do que é ser tirano.

Não se trata de ser purista e sim de usar o significado das palavras no seu sentindo real, sem querer iludir ou enganar a quem quer que seja, para assim entender as diversas e diferentes questões do nosso dia a dia que se apresentam.

Deparamo-nos hoje em dia com barbáries que ora nos assustam pelo ineditismo, ora não nos causa reação pelo fato corriqueiro. Nestas ocasiões clama-se por Justiça! Ela existe igualmente para todos? Claro que não, responderão todos sem pestanejar. E então? Fujamos todos para as diversas religiões existentes, buscando abrigo para ficarmos imunes às barbáries e injustiças dela decorrentes. Será a solução? Mas se a solução não for para todos, então não é justiça.

A nossa justiça não usa a venda da imparcialidade, não usa a espada para que se faça valer para todos e tampouco tem a balança nas mãos que dá equilíbrio e ponderação.

Estamos na era da informação imediata, tudo é falado e mostrado sem reservas, tudo se sabe, podemos falar sobre tudo, mas falta-nos mobilização e ação. Será porque é tudo claro demais, falado demais?

Muitos dizem estarmos no fim do mundo. Está escrito! É o apocalipse! Dirão alguns. Acho que é mesmo, pois, se novamente virmos o real significado desta palavra, eis a melhor tradução para tudo o que estamos vivendo. E talvez não devesse ser de todo negativo, senão não estaria escrito!

O perigo está em que deste fim não se faça um bom começo, e esse é o meu medo... Crianças e mais crianças chegando neste planeta para receber o que? Que tipo de valores?

É bom que se reflita seriamente. No meio de tantas campanhas por solidariedade, fraternidades e pelo planeta antagonicamente se veem constantes demonstrações de egoísmo, desarmonia e desperdícios. Falsos moralistas em profusão, com regras e leis próprias para o seu bem viver, diferentes das apregoadas o próximo.

Muitas ideias e pensamentos jogados formando frases, buscando ligação entre si, tentando entender a nova realidade cada vez mais conturbada, um novo sentido às ideias constantemente massacradas no nosso dia a dia pela mídia, uma nova forma de enxergar o mundo condizente com o nosso século XXI, mais rápido e incisivo.

Temos pressa, buscamos, corremos e ao mesmo tempo estamos paralisados, impedidos de pensar por esta mesma pressa. O que é mesmo o apocalipse?

E tudo passa num piscar de olhos!

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