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textos, contos e afins
BLOG DA DEBORA
sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Medite
quinta-feira, 12 de setembro de 2024
Final de ciclo!
"Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem...
O ato de ver não é coisa natural.
Precisa ser aprendido!"
Rubem Alves
Desde que chegamos para
experimentar nossa experiência na fisicalidade aqui na terra, começamos e
encerramos ciclos. Sejam eles de dor, de amor, de alegria e felicidade, todos sempre tem um início (que geralmente não
identificamos) e um final, normalmente sentido. O mesmo acontece com o planeta,
que já passou por inúmeros ciclos, tanto naturais quanto comportamentais pela humanidade.
A experiência humana é
realmente complexa e quanto mais se estuda e se penetra nessa densa camada do
conhecimento, mais certeza há de que o conhecimento é ilimitado. Nessa premissa filosófica, impossível não
lembrar da famosa frase atribuída à Sócrates; “Só sei que nada sei”, que
resume a importância do pensamento crítico, à incerteza e a consciência da
própria ignorância.
Alguns são mais questionadores,
outros nem tanto, cada qual com suas escolhas. Da minha parte, desde sempre venho
tentando entender tudo o que acontece comigo nesta passagem pela terra. Da
infância, a leitura desenfreada dos
muitos e muitos livros, que me levaram para tantos lugares que nem supunha
existir. Curiosidade aguçada na adolescência, em um mundo que hoje inexiste,
mas que consegui usufruir da melhor forma dentre minhas possibilidades. Na juventude
e vida adulta o mergulho na espiritualidade, de forma bastante
unilateral, acreditando e seguindo, e o pior, defendendo dogmas e verdades ditadas tanto na igreja
católica, quanto no espiritismo.
Agora, me libertando das
muitas crenças inseridas e adquiridas desde meu nascimento, tenho focado cada vez mais no autoconhecimento, e assim entender a finitude das situações e das
coisas, em contraponto ao universo infinito a descobrir.
São tantos conhecimentos ainda
escondidos, e que talvez nem conseguiremos alcançar com nossas mentes terrenas,
portanto, entendo mesmo ser o melhor
primeiramente estudar a si próprio. A famosa frase inscrita no *Oráculo de
Delfos, “Conhece-te a ti mesmo” nunca fez tanto sentido.
Cada um de nós é um universo
em particular, único e irrepetível. É necessário nos
entender internamente antes de compreender o externo. Percebendo nossos
próprios ciclos físicos e mentais, para aprender a captar e sentir os outros tantos ciclos que permeiam externamente nossa existência.
Ou seja, respeitando nossos
ciclos de sono, alimentação, descanso, para então entender nossos ciclos
viciosos, mentais, e só assim perceber o que não faz mais sentido, o que
acabou, o que deve ser mudado. A luz e sombra, presentes em cada indivíduo,
devem ser aprendidas e integradas, já que somos duais. O yin e o Yang, o bem e
o mal, a busca do equilíbrio. Conhece-te
a ti mesmo, repito.
Nesta mesma linha, sigo
estudando sem preconceitos todas as vertentes, e é possível lincar
todos esses conhecimentos entre si e transformar em sabedoria. Astrologia, filosofia,
mitologia, oráculos, as muitas religiões, as terapias holísticas e tudo mais. Que
tudo nos chegue sem proibições e censura, e que estudemos sem julgamentos e preconceitos.
É bastante clara a mudança
pela qual o mundo está passando. Antigos paradigmas vão se mostrando
incompatíveis, valores sociais sendo alterados, mentalidades e consciências mudando, nossa vida mudou. Analisar
esse momento com os aspectos planetários explicados pela astrologia, e fazer
uma analogia de como estava o planeta quando estes mesmos aspectos se fizeram
presentes, traz luz e entendimento. Ao mesmo tempo, entender o porquê das
conclusões dos filósofos estudando a sociedade e culturas da época. Os
ensinamentos das muitas religiões que na maioria das vezes convergem para um
mesmo caminho. As mensagens dos muitos avatares que estiveram na fisicalidade
com seus exemplos e legados. Tudo hoje exposto e disponível para quem quiser. Sem
dúvida uma transformação, que cada um entende de sua forma particular, e por isso
a importância da informação e conhecimento, sem medos e julgamentos.
Fim de um ciclo. E estamos por aqui presenciando este momento.
É Difícil e doloroso, mas, que oportunidade única de evolução!
*O Oráculo de Delfos foi um local religioso na Grécia Antiga, onde se acreditava que as sacerdotisas Pítias transmitiam mensagens divinas. O oráculo era muito procurado por pessoas comuns e importantes da sociedade, como Sócrates e Alexandre, o Grande, para fazer previsões e obter conselhos.
sábado, 20 de julho de 2024
Sobre o caminho e o caminhar.
Renda-se como eu me rendi,
mergulhe no que você não conhece
como eu mergulhei.
Não se preocupe em entender,
viver ultrapassa qualquer
entendimento.
Clarisse Lispector
Depois de transitar por algumas religiões,
estudar outras tantas, e cada vez mais interessada em compreender as muitas questões que nos envolvem enquanto estamos
aqui na fisicalidade, entendi a necessidade
de quebrar muitas crenças incorporadas no meu consciente, inconsciente e subconsciente,
e o quanto estas crenças tinham abalado meu estado físico, emocional e
espiritual. Muito estudo envolvido para isso, e o caminho certamente não chegou
a termo. Muito ainda a percorrer, e correr.
A menina de seis ou sete anos,
que fazia catequese no colégio de freiras, que adolescente cantava em missas
católicas, começou a estudar astrologia e IChing no início da juventude,
e passou a trabalhar em Centro Espírita até os quase cinquenta anos, para então
retornar aos estudos com muita voracidade, buscando as muitas formas de
entender o propósito de aqui estar neste planeta, encarnada e vivendo toda a
sorte de experiencias que nos é ofertada dia após dia.
Neste caminho, diversos dogmas
limitaram e encolheram qualquer possibilidade de expansão da minha consciência,
pelas crenças incorporadas desde o nascimento, e por minha própria
responsabilidade em me deixar iludir nas armadilhas do ego. Importante dizer
que essa é uma visão absolutamente pessoal, eximindo de julgamentos quaisquer
tipos de dogmas e religiões seguidos por
quem quer que seja, e nem querer ditar regras e certezas.
De volta ao estudo da astrologia de
forma mais séria, passei a descobrir e entender as várias interferências que a
movimentação dos astros tem na terra, coletiva e pessoalmente. Me conectei
novamente na energia do IChing, esse oráculo poderoso que norteia muitas
inspirações recebidas. Finalizei o curso de Reiki que me deu a
oportunidade de espalhar essa energia amorosa e abrir as capacidades psíquicas até
então adormecidas, além das meditações diárias e semanais em diversas linhas,
muito estudo e conexões em diversos segmentos da espiritualidade. Tudo isso tem
me feito mais centrada, calma e serena, apesar de estarmos todos navegando em
mares revoltos dos tempos atuais, tanto na vida pessoal nas experiências com
familiares e amigos, quanto
coletivamente nos caminhos tomados pela humanidade.
É um relato absolutamente pessoal, em que os fatos da minha vida me levaram a concluir, como consequência das minhas próprias escolhas, dentre as muitas alternativas que eu poderia ter optado.
Como saber se estou caminhando da
melhor forma? Impossível saber, diante da minha própria convicção de que temos
infinitas possibilidades nas diversas linhas do tempo possíveis. Mas creio firmemente que
todas as ações que demandam sucesso acontecem quando abrimos nosso campo
energético para receber os influxos positivos do Universo; ou ajuda de Deus; ou
ajuda dos mentores espirituais; ou sorte. De acordo com o que cada um
possa sentir que seja a sua verdade.
Pessoalmente acredito em um mundo
invisível, que está em auxílio a todos, para a luz ou para a sombra, de acordo
com a vibração que estamos emanando. Deus, que é propagado em todas as religiões,
vibra dentro de cada um, e essa conexão só é possível sem qualquer tipo de
interferência externa, caso contrário, há a possibilidade de sermos manipulados
por crenças e dogmas. Para mim um caminho único e pessoal, já que sua centelha
habita em mim. Por isso, após essa conclusão (que pode mudar a partir do
momento que minha consciência se expanda cada vez mais), não aceito mais o rótulo
de nenhum tipo dogma, mas trafego com liberdade nas diversas formas de Religare,
tradução do latim da palavra religião, aceita em senso comum.
Pode parecer contraditório, mas creio
que nesta nossa realidade física, todas as formas de se chegar à conexão com
seu próprio EU são válidas, de acordo com o que ressoa em cada ser. Pois o
propósito de nossa vida é encontrar-se no caminho, mudar e melhorar para
acessar a divindade que vive em cada um, vivendo em níveis mais elevados de consciência.
Somos únicos e irrepetíveis, cada
qual com seu propósito dentre as infinitas possibilidades de ser.
Sejamos...
terça-feira, 4 de junho de 2024
Abra seus olhos
Já as pessoas do século passado que ainda estão por aqui fisicamente,
nasceram e viveram de forma totalmente diferente da que hoje se apresenta. Sem
computadores, celulares, carros automáticos, Bluetooth, IA e equipamentos eletrônicos
diversos, que hoje não só coabitam a existência humana como tornaram-se indispensáveis. Vive-se atualmente uma
realidade ímpar no planeta terra, e não há como retroceder.
Conversar hoje com as novas
gerações nos dá a dimensão desta mudança, uma vez que são seres completamente
ambientados nesse novo mundo.
Sem se ater em valores éticos,
religiosos ou comportamentais, não há como negar essa evolução em diminuto
espaço de nosso tempo. Uma evolução que fez nos tornarmos multidisciplinares e
multitarefas, e lançou holofotes nos especialistas, uma vez que hoje os saberes tendem a superficialidade, absolutamente necessária para melhor compreensão
do nosso modo de vida atual.
Sem adentrar em temas complexos
como reencarnação, dogmas, almas, fractais de alma, espíritos e outras questões ainda mais polêmicas, usando unicamente essa nossa
experiência no aqui e agora, não há dúvidas que vivemos em um momento singular por
conta da evolução tecnológica que vivenciamos.
Porém, difícil não esbarrar nesta
questão, onde a cada dia se desmascaram diversas crenças que arrastamos por séculos, e que nos tornaram seres adormecidos, que seguem padrões estabelecidos
a muito tempo sem quaisquer tipos de questionamento e comprovação da veracidade
de tais crenças. Sem contar a horda dos que se beneficiam de tal adormecimento.
É preciso despertar. E já tivemos
oportunidades diversas para tal. Todas desperdiçadas.
Há tempos que diversos avatares
nascem na fisicalidade da terra, para que a humanidade perceba o real propósito
de sua estadia em nosso planeta, trazendo conhecimentos, evolução material e
emocional, entendimento do sentido da vida e muitas outras vertentes.
Desde os povos egípcios, que nos trouxeram novas ferramentas e um novo olhar a respeito de tudo, maias, astecas, incas, bem como gregos, romanos e outras nações, cada qual com suas especificidades. Diversos povos que sucessivamente vieram a perecer, engolidos pelos seus próprios egos e dogmas, mas que deixaram um vasto legado de conhecimento, sempre habilmente escondidos e camuflados pelos novos líderes que os sucederam, em seu próprio benefício, criando e manipulando novos dogmas, mantendo a humanidade servil e adormecida.
Diversos mestres que aqui viveram, trazendo luz e sabedoria através de seus próprios exemplos, mas que as nações ao longo da história acabam por distorcer esses ensinamentos e percepções, com a criação de crenças e dogmas adaptados às suas próprias conveniências, criando desta forma uma grande parte de pessoas insubmissas por não se curvarem a determinadas regras, ou outro grande rebanho de seguidores, que tudo aceitam sem questionar. Um paradoxo a essa lição deixada por todos estes mestres, que é a do equilíbrio, do caminho do meio.
Enfim, a dualidade terrena.
E chegamos ao ponto de uma evolução tecnológica tão rápida, com verdades sendo expostas, que nos tem feito ter uma visão mais ampla e questionadora (àqueles que se propõe a ver), sem os cerceamentos das muitas crenças que nos tem mantido escravos por tantos e tantos séculos, limitando o nosso olhar.
É uma reflexão por hora ainda bastante rasa, que apenas sugere a necessidade de abrir os olhos, cada um para dentro de si, sem os tantos filtros que nos foram impostos. O autoconhecimento como mola propulsora da nova era, porque é hora de se entender que não podemos terceirizar a nossa evolução.
domingo, 31 de dezembro de 2023
2024...
No desenrolar deste ano, fui me desvencilhando das muitas convenções e crenças que trago dessa e certamente de outras vidas. Um ano de muito estudo, desafios intensos, mas muitas vitórias e aprendizado, e certamente continuará enquanto estiver na fisicalidade.
Expressar gratidão em tempos turbulentos pode ser difícil para quem fica mergulhado somente em problemas, mas tentando fazer jus ao meu signo solar, estou sempre contra balançando com tudo de positivo que aconteceu, e não foram poucas coisas. Equilíbrio sempre!
Tenho muito a agradecer neste último giro do nosso planetinha ao redor do sol: concluí um tratamento médico com total sucesso e comemorei realizando um sonho de infância ao conhecer Paris; intensifiquei ainda mais na busca do autoconhecimento de forma mais abrangente e venho me surpreendendo com as muitas coisas bacanas que tenho descoberto. Concluí diversos cursos, onde destaco meu mestrado em Reiki que me trouxe o verdadeiro sentido de compaixão ao próximo; minhas deliciosas Meditações às sextas que vem me ajudando no centramento necessário para o dia a dia; o Pilates que continua me deixando longe dos remédios e mantendo minha locomoção, e são tantas coisas a agradecer, que assim me esqueço das muitas coisas que não foram legais, mas que agradeço igualmente pois me ensinaram muito.
Nas convenções sociais que adotamos, este 2023 do calendário gregoriano finda hoje, dia 31 de dezembro. Mesmo nesta ilusão criada para que possamos contar o tempo, que possamos acreditar que ao raiar do ano novo estipulado, estejamos renovados e dispostos para mais um ciclo de conquistas e superações.
De verdade desejo que possamos ser mais leves.
Que tenhamos mais carinho e compreensão.
Mais paciência e compaixão.
Mais humanidade e mais perdão.
Mais coragem.
Mais amor.
Muita luz!
quarta-feira, 1 de novembro de 2023
02/11/2023
quarta-feira, 4 de outubro de 2023
57
03/10/2023
Um merecido brinde neste dia em que a terra deu mais uma voltinha em torno do sol na minha existência neste plano, neste novo ciclo que se inicia.
Muita gratidão por todos os ensinamentos que tenho recebido em minha vida. Com todas as dores e dissabores, em contraponto a tantas bençãos e alegrias que tenho tido ao longo dos anos, cada vez mais consciente que a felicidade é uma energia que temos que captar e nos conectar independente de se ter tudo ou não se ter nada!
Eterna gratidão aos meus pais por essa oportunidade de aqui estar nessa experiência, e ao poder superior pela proteção e auxílio.
Gratidão ainda às tantas felicitações recebidas dos amigos e familiares.
"Desistir... eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério; é que tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça."
Cora Coralina
quinta-feira, 27 de abril de 2023
Astrologia e a nova era
Nascida em meados dos anos
1960, e quase chegando aos sessenta, há muito tenho estudado astrologia, mesmo com
um hiato de 25 anos. Ou seja, estudei bastante no início de minha juventude
sobre os signos solares, mapa astral, o estudo básico, e agora depois dos cinquenta, de forma mais interessada e profunda. Obviamente, que toda
oportunidade de pesquisas está sendo ofertada e possível pelas novas tecnologias da era de
aquário, que nos ajuda a encontrar de forma mais rápida, respostas mais complexas para
entender a todas as mudanças e manifestações que encontramos por agora.
Para os que estão atentos e
sensíveis a todas essas modificações que temos presenciado no mundo, tanto no
coletivo quanto no individual, é notório que estamos ingressando em uma Nova
Era, a finalização de um grande ciclo e ingresso em outro. Isso já vem
acontecendo há décadas, mas desde 2020 notadamente perceptível.
Esse movimento iniciou na
década de 60, mas ficou mais intenso nos dias atuais, após o evento da
pandemia, e parece que se estenderá ainda por alguns anos, nos obrigando a
mudar planos e valores até então imutáveis, e focar no que deve ser considerado,
de fato, importante. São situações de intensidade bastante fortes que tem nos
obrigado a mudanças de paradigmas, comportamentos e principalmente a
necessidade de expansão da consciência.
Somos então, sem qualquer
sombra de dúvida, coparticipantes desse momento de evolução planetária, o que
certamente pode transtornar mentes e comportamentos coletivos e individuais.
De volta a astrologia, lembrando
as Eras anteriores, podemos entender o que estamos passando.
Uma era astrológica é consequência
do movimento chamado de precessão dos equinócios, um fenômeno físico que gera
uma variação gradual e contínua no eixo da terra. Esse movimento desloca o
ponto vernal, ou seja, para qual constelação o sol vai apontar. Mudar de
constelação leva cerca de 2160 anos e cada constelação indica qual era estamos
vivendo.
A
vigência de cada Era é marcada pelos símbolos astrológicos. Na Era de Touro, pudemos
observar que o Touro era um animal adorado no Egito, nesta era surgiu a
organização e o desenvolvimento da agricultura, a adoração de deuses
relacionados ao elemento terra. Na Era seguinte, a Era de Áries, começamos a
forjar o ferro e fabricar objetos de guerras, como as espadas, vimos então o
surgimento de deuses masculinos e as guerras corpo a corpo. O masculino ganhou
força e destaque nas olimpíadas gregas, que começaram a acontecer nessa Era.
Dois mil anos atrás o ponto vernal apontava então para constelação de peixes, uma era marcada pelo cristianismo e a crença na religião. Foi a época dos grandes avatares como Buda, Confúcio, Sócrates e claro o próprio Jesus Cristo, que nos apontaram caminhos e filosofias a serem seguidas. O peixe é o símbolo dessa Era. Observamos a busca da conexão com o divino, o medo do pecado e os dogmas que foram implantados na humanidade.
Chegamos
a era de Aquário, que é ar, simbolizando as trocas, a tecnologia, a
inovação, a revolução, o coletivo e o social, com o auxílio do surgimento da
internet e novas tecnologias. Percebemos também o interesse nas questões espaciais,
na consciência de não estarmos sós no universo.
Tudo
isso nos faz viver com sentimentos diversos, alguns já conscientes da nova era
e outros ainda descrentes e acreditando em finais apocalípticos dos dogmas da
era de peixes. Astrologicamente tudo isso é normal, pois é uma transição que
esbarra em vários tipos de sensações.
Creio
que esta nova era será mais afetiva e feminina, orientada pelo sentimento e a
intuição, a necessidade de nos reconectar com a natureza e a salvação do
planeta.
Independente
das crenças, que devemos desconstruir urgentemente, tudo deve convergir para um mesmo ponto, que é o da solidariedade, reconstrução e a valorização do coletivo, sem preconceitos
e reconhecendo que vivemos modelos ultrapassados.
Junto com o planeta, precisamos de uma transformação interna e externa urgentemente, acompanhando o movimento do planeta rumo a evolução, sem medos e sem perder essa carona maravilhosa.
sábado, 8 de abril de 2023
Uma nova Páscoa!
Um outro ano, ainda criança, passei a sexta feira santa totalmente em jejum, lendo o evangelho e "tentando" sofrer em memória de Jesus. Devia estar com sete anos e estava fazendo o catecismo para a primeira comunhão. Os anos seguintes, sempre um dia de muito respeito, sem alegria, sem música, sem muita comida, para no domingo sim, celebrar e esquecer toda a tristeza. Jamais recebi qualquer explicação do porquê de tudo isso, porque tínhamos que sempre lembrar do sofrimento de Jesus só neste dia... e sendo católica, portanto não acreditando em reencarnação, tentava entender o que eu tinha a ver com o que fizeram para Jesus e porque eu estava em pecado se eu não tinha nada a ver com com tudo aquilo. E com o passar dos anos eu pensava, será que Jesus acha legal isso? Deus nos quer ver sofrendo? Todas essas indagações me distanciaram da Igreja e acabei passando por um hiato em que a Páscoa era basicamente um almoço na sexta sem carne e uma comemoração em família no domingo.
Fui aos poucos entendendo, já na vida adulta, os simbolismos escondidos nesta data, apesar de ainda envoltos em grandes véus de crenças limitantes. O sentido da fraternidade, de ajuda ao próximo, o renascimento pelo exemplo de Jesus, e tudo o mais, porém ainda no sentido do pecado, agora carma, que temos que resgatar pelo sofrimento. Mas já entendendo que pelo amor era possível resgatar todos os erros, mesmo sendo muito difícil, a aceitando até que era impossível.
Fomos ensinados desde sempre que somos pecadores e portanto, temos que nos redimir passando por todo o rol de sofrimentos e dificuldades, e mesmo assim jamais alcançaremos o exemplo de Jesus, que nos deu a vida pelos pecados da humanidade. Ou seja, já nascemos sabendo que jamais alcançaremos esse patamar, salvo se conseguirmos fazer o mesmo, e aí poderemos até virar santos, ou, se preferir, um ser de luz. Uma meta quase impossível a meu ver, para mim.
Depois de muitos anos aceitando o sofrimento como fatos da vida, muitas rasteiras e decepções, muita dor e provações (como qualquer ser humano), começo a me desfazer dessas crenças e estudando mais todos esses simbolismos sem nenhuma religião, dogmas e crenças.
Em nada quero desrespeitar a quem quer que seja que siga os ritos e dogmas das muitas religiões, principalmente as cristãs, até porque acredito no Cristo, que foi enviado à terra, para mudar significativamente a humanidade, e conseguiu, pois até hoje é lembrado. Mas, para mim, seu exemplo vem sendo deturpado há muitos séculos por crenças limitantes que nos desconectaram completamente do que ele propôs.
Hoje começo a entender a Páscoa como uma festa dedicada a renovação da vida, uma comemoração que se iniciou 12 séculos a.C, quando, após o equinócio da primavera*, no hemisfério norte, se festejava a primeira lua cheia da primavera, onde novamente os frutos e flores começavam a renascer. A vida renascia então. O tempo era medido pela lua, que rege a natureza, e não pelo sol como é hoje. Sendo uma festa da lua, que regulava a natureza, a procriação animal e humana, a lua é o símbolo exato da renovação da vida.
Primeiro os judeus passaram a comemorar o Deus deles nesta data, e a Igreja Católica incorporou no calendário cristão, no século V d.C. E a ressurreição de Jesus se encaixou perfeitamente na ideia de renovação da vida. E com o calendário juliano, e posteriormente o gregoriano**, esquecida a natureza, a data ficou fixa, regida pelo sol.
Assim, independente de religiões e dogmas, a Páscoa é tempo de renascer e renovar a fé, entendendo que os problemas e desafios vem em ciclos como as estações do ano, e a colheita, ora boa e ora ruim, depende do que foi plantado anteriormente. Que possamos despertar e desconstruir esse sentido de pecado e punição que nos foi incutido por tantas gerações e gerações, em tantos séculos e séculos, onde fomos nos desconectando do sentido mágico da natureza e sua sabedoria sagrada dada pela fonte criadora que tudo é, ou Deus, como ressoar em cada um.
.
E assim, que seja uma Páscoa de luz, paz e bençãos,
a todos os homens de boa vontade!
*Equinócio de primavera é o fenômeno astronômico que marca o início oficial desta estação no hemisfério norte, entre os dias 20 e 21 de março
**Calendário Gregoriano foi criado em 1582, para ajustar o ano civil ao ano solar, período que a Terra leva para dar uma volta ao redor do Sol, substituindo o calendário juliano, romano.
quarta-feira, 8 de março de 2023
Dia da Mulher
Já é tempo de reverenciar por
toda evolução conquistada. Uma nova visão para comemorar e enaltecer as
mulheres. Claro que a igualdade de gênero ainda não está completa, bem como outras,
e temos ainda que nos posicionar para obter o devido respeito, mas não se pode
esquecer que em muito pouco tempo temos conseguido suplantar milênios em que a
mulher foi considerada um ser de segunda classe, só pelo fato de ser mulher.
Sabemos que vários foram os
motivos que trouxeram a mulher a total subjugação na sociedade, e que o poder da
mulher foi retirado a tanto tempo que não conseguimos sequer identificar quando
o homem foi colocado no topo da cadeia. Até porque a história foi escrita somente
por homens até bem pouco tempo.
Provavelmente muitos milênios a.c., iniciou-se uma era com a imagem
da mulher em condições equivalentes à de escrava, numa época em que ser livre
significava, basicamente, ser homem. As funções primordiais femininas eram a
reprodução, a amamentação e a criação dos filhos.
Já na idade média, um marco no que diz respeito à história das mulheres foi a perseguição, mais conhecida como “caça às bruxas”. Foi um genocídio praticado contra o sexo feminino, na Europa e nas Américas, em que muitas mulheres sofreram agressões e até mesmo perderam suas vidas por serem consideradas feiticeiras.
Na verdade, as Bruxas eram todas e quaisquer mulheres que agiam contra o tradicional e questionavam o sistema. Por isso, era preciso achar um motivo para que a sociedade se voltasse contra elas, para serem julgadas e condenadas a fogueira para serem queimadas basicamente por serem do sexo feminino. Os dogmas religiosos perpetuavam e a religião dominava a sociedade totalmente gerida pelos homens. No “Manual de Caça às Bruxas” de Jacques Sprenger, um monge inquisidor nomeado pelo Papa Inocêncio VIII, publicado no final do século XV, se fazia referência a textos sagrados que mencionavam a criação da mulher, justificando sua inferioridade, em decorrência de a primeira delas ter se formado de uma costela defeituosa de adão, sendo, por esse motivo, um ser vivo imperfeito. Sem dúvida foi o ápice da subjugação total das mulheres.
Já o Brasil regulava-se pelas leis portuguesas, onde o mesmo
conservadorismo patriarcal vivido na idade média se fazia presente. a
Igreja deu início à educação, que não incluía as mulheres e pregava-se que a
mulher devia obediência cega não só ao pai e o marido como também a religião.
Consequentemente a mulher vivia enclausurada sem contato com o mundo exterior.
Seus dois únicos motivos de viver eram o lar e a igreja. Não era permitido
estudar e aprender a ler e somente lhes eram ensinadas técnicas manuais e
domésticas. Era a forma a mantê-la subjugada desprovendo-a de conhecimentos que
lhe permitissem pensar em igualdade de direitos. Era educada para sentir-se
feliz como “mero objeto” então só conhecia obrigações, e assim o foi até o
final do século XVIII, onde as constituições Brasileiras começaram a dispor
sobre os princípios de igualdade, porém ainda de forma genérica, sem citar
expressamente a proibição da discriminação em função do sexo, talvez como reflexo
da Revolução Francesa, que deu início a uma grande mudança no pensar da
humanidade no final do século XVII.
Mesmo assim, somente na Constituição de 1988 é que foi expressa a igualdade entre homens e mulheres, apesar de que desde a Constituição de 1934 era admitida a igualdade de todos perante a Lei. Assim, desde então temos instrumentos legais para alicerçar a luta, ainda em andamento, pela igualdade. Muitos de nós testemunhas oculares desta história recente.
Portanto hoje creio ser tempo de
comemorar tamanha evolução social apesar do tanto ainda a ser percorrido.
Sob outra ótica, quero hoje comemorar todos esses avanços, pois caso contrário, após a publicação deste texto, seria julgada e certamente levada para a fogueira. E que no futuro o 8M seja somente história, e o Ser Humano o seja independente de gênero, raça, cor, orientação sexual ou religiosa.
“Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome”
Clarisse Lispector