Se meu pai ainda estivesse vivo, teria completado 93 anos em setembro. Ele se foi em 2012, e naquele ano vivíamos em um mundo completamente diferente deste em que estamos. Não existia ainda o WhatsApp, bem como as fotos e vídeos em profusão. Tudo apenas começava naquela época, com pequenas mensagens pelos celulares ainda modestos, e as Redes Sociais eram para uma pequena minoria, na maioria adolescentes e jovens, e uma pequena parcela de adultos mais antenados em tecnologia.
Nestes míseros onze anos, fomos e estamos ainda, sendo submetidos a uma intensa transformação que alterou nossa forma de viver e pensar.
Que diria ele diante das infinitas possibilidades de conhecimento e informação que temos hoje pela internet? Estaria maravilhado e surpreso. Mas estaria também muito preocupado com a gigantesca falta de interação pessoal que temos hoje, pois quase inexiste o diálogo, somente pequenos monólogos enviados alternados, escritos, ou em áudio, ou em vídeo. Linhas telefônicas quase que obsoletas.
Certamente ele adoraria as smarts TVs, e ficaria horas e horas nas inúmeras plataformas de streaming, e com certeza no YouTube, e depois no telefone iria contar todas as novidades que viu e descobriu.
Não, ele não usaria o WhatsApp... Talvez aprenderia a mandar áudios.
Um capítulo a parte seria andar de carro com ele, o GPS, o telefone integrado, tela de led no painel, ele iria adorar!
Os novos costumes iriam choca-lo de início, mas depois se acostumaria e concordaria com as novas formas de viver, só não toleraria de forma alguma o desrespeito e os "cancelamentos" que hoje existem, e sofreria muito no convívio com as novas gerações e sua forma tão dura de julgamentos sobre o certo e o errado.
Difícil saber como ele estaria neste novo universo, mas certamente o meu mundo hoje seria outro com sua presença.